segunda-feira, 11 de maio de 2009

A mão que embala
Com a idade e com as coisas que passei na minha vida cheguei à conclusão que o nosso equilibrio reflete, em grande medida, o equilibrio das pessoas com as quais criámos os laços mais fortes. Não é um conceito inovador, bem sei, e muitos terão elaborado teorias sérias sobre isto. Eu tenho 34 anos, não dependo realmente de ninguém, ja passei por muitas amizades, inimizades, casamento, divórcio, solidão, sucessos, tristezas, entre muitos estados (de alma)?) e hoje, acredito com convicção que por mais anos que se viva, os nossos pais serão sempre os nossos alicerces. São muito para além do exemplo e inquestionávelmente muito mais do que seres que nos alimentam, nos vestem e cuidam de nós quando estamos doentes.

Acredito, aceitando porém excepções que todas as regras têm, que se a felicidade dos filhos é a felicidade dos pais, o contrário é igualmente válido. Os pais, que zelam durante toda a sua vida pelo bem estar dos filhos, fazendo sacrifícios extraordinários, por vezes esquecem que o maior contributo à felicidade dos filhos é presentearem-nos com a felicidade deles mesmos.


Todos os outros cuidados são fundamentais e ninguém esquece o sabor de um chá quando estamos doentes, os mimos, as recomendações de levarmos roupa quente porque lá fora está frio, o abraço quando tudo se desmorona à nossa volta. Tudo isso é importantissimo. Guardamos essas memórias no coração e agradecemos tamanha sorte porque convém não esquecer que existem pessoas que nunca tiveram um carinho dum pai ou de uma mãe.


No entanto, mesmo que nunca nos tenha faltado um tecto, o que comer, material escolar, roupa, brinquedos, dinheiro para sair com amigos, podemos sentir uma pedra do tamanho do mundo quando vemos os nossos pais infelizes. E quando nós, que levamos a vida à procura de sermos felizes aprendendo com o contentamento das coisas pequenas, porque supostamente esse é o verdadeiro caminho, fazemos um esforço infrutífero. Porque a felicidade deles seria fundamental . Ver os nossos pais felizes ( o que quer que isto seja ), apaixonados pela vida, abraçando, com coragem, horas felizes e contratempos é o legado mais importante para nos podermos sentir completos e abertos para a vida.




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5 comentários:

  1. E agora? Que faço às desgraçadas das lágrimas que me chegaram a ler este texto?

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  2. ó pá tu sabes que eu arranjo sempre solução para tudo. Dois cálices e uma garrafa de licor escondida entre pacotes de salada dizem-te alguma coisa?

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  3. ENTÃO NÃO DIZEM???
    E fresquinho como está....ui, ui!

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  4. não sei como é que há mulheres que gostam disso....

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