
Conheço a F. desde o 2ª ano do curso e tem sido das amizades mais preciosas que conservei todos estes anos. Ainda recordo as horas de conversa nas aulas de desenho em que nos dáva-mos a conhecer e desvendávamos alguns segredos e angustias bem guardadas que, hoje em dia, nos parecem tão distantes.
A H. foi minha colega nos cinco anos da universidade e apesar de, no ínicio, eu não lhe ligar nenhuma, encontrámos uma cumplicidade que se sobrepunha à disparidade das nossas vidas e pensamentos.
Entre tanta gente que conheci na universidade, a F. e a H. são as únicas pessoas que guardo num lugar especial. O lugar do amor tranformado em amizade, um amor muito para além da presença física e material.
Conto com elas como se da existência delas depende a minha.
E passados 15 anos, tantas coisas aconteceram nas nossas vidas que eu já não reconheço aquelas meninas que nos intervalos das aulas iam beber cafés e se juntavam para estudar e acabar projectos.
Hoje, vejo as mulheres que foram trilhando o caminho inesperado e tantas vezes cruel da vida e que aprenderam a cicatrizar as suas feridas resistindo a ferro e fogo à decepção e à traição.
Aquelas meninas já não existem. Nunca ninguém nos avisou que a vida seria assim, lembras-te de to dizer á 30 minutos ao telefone? E é verdade. Nada, nem ninguém, nos preparou para os dias loucos sem saída, para quando nos fragmentam em mil pedaços e nos deixam um sabor amargo que parece que nunca mais vai passar.
Eu gosto muito destas minhas amigas mulheres. Cada uma à sua maneira me ensina que não há situações perfeitas. Que não há coisas materiais, namorados, filhos, carreiras que nos coloquem num pedestal e nos protegem daquilo a que chamamos sofrer. Ensinam-me que irão haver sempre momentos em que nos apetece desaparecer e que tudo exige uma luta constante.
Todas nós fomos (somos?) felizes, e nos deleitámos com o doce de momentos completos e extasiantes. Todas.
Alguns ficaram para nos lembrar que é sempre possível encontrar um caminho. Alguns são a testemunha da paixão que nos une, o abraço que nos reconforta, o silencio e a solidão quebrados com a empatia de quem vai ter sempre uma palavra para nos salvar.
Anseio pelo momento em que possamos dizer que ninguêm nos preparou para os momentos de alegria e felicidade que nos esperavam e que serão muitos. Anseio por ver que nada nem ninguém matou o riso puro e estridente daquelas meninas, agora crescidas, para quem o futuro estava longe e estaria, concerteza, colorido com as sua cores prediletas.
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Meu amor!!!!!
ResponderEliminarPrometido é devido e aqui estou eu.....e não é que a gaja tem mesmo uma veia poética!!!!
Acredito que conseguir passar para o "papel" o que nos vai na alma é quase tão reconfortante como gritar bem alto...apesar de eu me limitar a aprender a respirar...e é tão bom conseguir respirar, tudo fica mais fácil!!!
Agora uma coisa é certa, quando conseguir gritar, aí sim vou sentir-me verdadeiramente feliz!!!!
Também eu... "Anseio pelo momento em que possamos dizer que ninguêm nos preparou para os momentos de alegria e felicidade que nos esperavam e que serão muitos"..e rir, quero muito rir, rir sem porquê.
Te adoro.
F
Ó gaja! acho qui vou chorá...
ResponderEliminarE pensar nas voltas que já demos (as nossas vidas...), no que já passamos juntas, no que fizémos, enfim, estás para sempre no meu coração.
Love U.
H