quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

A minha amiga F. e a minha amiga H.



Conheço a F. desde o 2ª ano do curso e tem sido das amizades mais preciosas que conservei todos estes anos. Ainda recordo as horas de conversa nas aulas de desenho em que nos dáva-mos a conhecer e desvendávamos alguns segredos e angustias bem guardadas que, hoje em dia, nos parecem tão distantes.

A H. foi minha colega nos cinco anos da universidade e apesar de, no ínicio, eu não lhe ligar nenhuma, encontrámos uma cumplicidade que se sobrepunha à disparidade das nossas vidas e pensamentos.

Entre tanta gente que conheci na universidade, a F. e a H. são as únicas pessoas que guardo num lugar especial. O lugar do amor tranformado em amizade, um amor muito para além da presença física e material.
Conto com elas como se da existência delas depende a minha.

E passados 15 anos, tantas coisas aconteceram nas nossas vidas que eu já não reconheço aquelas meninas que nos intervalos das aulas iam beber cafés e se juntavam para estudar e acabar projectos.

Hoje, vejo as mulheres que foram trilhando o caminho inesperado e tantas vezes cruel da vida e que aprenderam a cicatrizar as suas feridas resistindo a ferro e fogo à decepção e à traição.
Aquelas meninas já não existem. Nunca ninguém nos avisou que a vida seria assim, lembras-te de to dizer á 30 minutos ao telefone? E é verdade. Nada, nem ninguém, nos preparou para os dias loucos sem saída, para quando nos fragmentam em mil pedaços e nos deixam um sabor amargo que parece que nunca mais vai passar.

Eu gosto muito destas minhas amigas mulheres. Cada uma à sua maneira me ensina que não há situações perfeitas. Que não há coisas materiais, namorados, filhos, carreiras que nos coloquem num pedestal e nos protegem daquilo a que chamamos sofrer. Ensinam-me que irão haver sempre momentos em que nos apetece desaparecer e que tudo exige uma luta constante.

Todas nós fomos (somos?) felizes, e nos deleitámos com o doce de momentos completos e extasiantes. Todas.

Alguns ficaram para nos lembrar que é sempre possível encontrar um caminho. Alguns são a testemunha da paixão que nos une, o abraço que nos reconforta, o silencio e a solidão quebrados com a empatia de quem vai ter sempre uma palavra para nos salvar.

Anseio pelo momento em que possamos dizer que ninguêm nos preparou para os momentos de alegria e felicidade que nos esperavam e que serão muitos. Anseio por ver que nada nem ninguém matou o riso puro e estridente daquelas meninas, agora crescidas, para quem o futuro estava longe e estaria, concerteza, colorido com as sua cores prediletas.



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2 comentários:

  1. Meu amor!!!!!
    Prometido é devido e aqui estou eu.....e não é que a gaja tem mesmo uma veia poética!!!!
    Acredito que conseguir passar para o "papel" o que nos vai na alma é quase tão reconfortante como gritar bem alto...apesar de eu me limitar a aprender a respirar...e é tão bom conseguir respirar, tudo fica mais fácil!!!
    Agora uma coisa é certa, quando conseguir gritar, aí sim vou sentir-me verdadeiramente feliz!!!!
    Também eu... "Anseio pelo momento em que possamos dizer que ninguêm nos preparou para os momentos de alegria e felicidade que nos esperavam e que serão muitos"..e rir, quero muito rir, rir sem porquê.

    Te adoro.
    F

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  2. Ó gaja! acho qui vou chorá...
    E pensar nas voltas que já demos (as nossas vidas...), no que já passamos juntas, no que fizémos, enfim, estás para sempre no meu coração.
    Love U.
    H

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