
...adiar o amor para outro século,
não posso ainda que o grito sufoque na garganta,
ainda que o ódio estale e crepite e arda sob montanhas cinzentas
e montanhas cinzentas.
Não posso adiar este abraço,
que é uma arma de dois gumes
amor e ódio
Não posso adiar ainda que a noite pese séculos sobre as costas
e a aurora indecisa demore
não posso adiar para outro século a minha vida
nem o meu amor
nem o meu grito de libertação
Não posso adiar o coração.
António Ramos Rosa
(Não posso mas adio. Não consigo sucumbir ao cansaço. O tempo passa e fica tudo por fazer desde as coisas mais simples ás mais complexas. Procuro não esquecer que tudo passa tão depressa e que o tempo não volta para trás. Ás vezes falta-me a força e a coragem para me reinventar. )
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