quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Não posso ...


...adiar o amor para outro século,

não posso ainda que o grito sufoque na garganta,

ainda que o ódio estale e crepite e arda sob montanhas cinzentas

e montanhas cinzentas.

Não posso adiar este abraço,

que é uma arma de dois gumes

amor e ódio

Não posso adiar ainda que a noite pese séculos sobre as costas

e a aurora indecisa demore

não posso adiar para outro século a minha vida

nem o meu amor

nem o meu grito de libertação

Não posso adiar o coração.

António Ramos Rosa



(Não posso mas adio. Não consigo sucumbir ao cansaço. O tempo passa e fica tudo por fazer desde as coisas mais simples ás mais complexas. Procuro não esquecer que tudo passa tão depressa e que o tempo não volta para trás. Ás vezes falta-me a força e a coragem para me reinventar. )
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